abril 29, 2008

Soneto já antigo...




















Olha, Daisy: quando eu morrer
tu hás de dizer aos meus amigos aí de Londres,
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte.

Irás de Londres p'ra Iorque, onde nasceste
(dizes...que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
que me deu tantas horas tão felizes,

Embora não o saibas, que morri...
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará...

Depois vai dar a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande...
Raios partam a vida e quem lá ande!


Álvaro de Campos

abril 23, 2008

Porto e Lisboa

Estou no Norte a trabalhar. Estou cá desde 2ª e estarei até 5ª. Tenho estado quase sempre a trabalhar.

Não tenho tido tempo para estar com os amigos. Tenho estado com algumas pessoas de família mas menos com a minha irmã do que quando cá passo um fim-de-semana.

Adoro Lisboa. Adoro o meu trabalho em Lisboa. Adoro a minha vida em Lisboa. Adoro os meus amigos em Lisboa. Adoro as possibilidades que Lisboa me tem dado.

Tendo feito estas ressalvas…

… Não há dúvida que há algo de fundamentalmente diferente nas pessoas do Porto e de Lisboa. Nem melhor, nem pior… apenas diferente. A forma como o primeiro contacto é fácil aqui em cima é uma coisa que me agrada de uma forma que não é possível descrever. É óbvio que tem a ver com a minha pessoa e com as minhas características. Para outros pode não ser tão agradável…

Mas… é de facto uma das coisas de que sinto mais falta em Lisboa.

PS – Reparem, no título, como as duas palavras ficam bonitas juntas…

abril 16, 2008

A Comunicação


Quando andávamos na escola aprendemos que para haver Comunicação tem de haver um Emissor, uma Mensagem, um Canal e um Receptor. Também nos ensinaram que a Comunicação podia ter Ruído. Ruído é tudo aquilo que afecta a transmissão de uma Mensagem. Não sei como é ensinado hoje na escola mas na altura Ruído teria, mais ou menos, esta definição:

Designa-se por ruído tudo aquilo que afecta a transmissão de informação. Exemplos de ruído são, por exemplo, uma voz excessivamente baixa, uma articulação deficiente, o barulho ambiental... Manchas de tinta cobrindo algumas palavras, erros ortográficos ou uma caligrafia pouco legível são também ruídos. O ruído pode Ter origem em qualquer dos elementos da comunicação: emissor, receptor, canal...

Mas o Ruído pode ser muito mais do que isto. E pode ser bem pior do que isto.

Este tipo de Ruído percebe-se facilmente que está presente na Comunicação. Mas há Ruído que está lá e do qual nem nos apercebemos. Falo do Ruído que advém daquilo que se passa dentro de nós. Os nossos valores, as nossas experiências, as nossas dores ou alegrias. Esse Ruído os outros não vêem. Mas podem senti-lo. E às vezes sentem-no duramente. O problema é que esse Ruído também nos pode atingir a nós, porque ao utilizarmos os nossos filtros, podemos estar a perceber qualquer coisa que nos magoa e que, no fundo, não está lá. E aí sentimo-lo nós duramente.

Há dias senti-o duramente. Do outro lado sentiram-no duramente. Mas felizmente havia dos dois lados a vontade de esclarecer, a vontade de que a Comunicação ficasse clara. Havia a compreensão de que existem estes filtros dentro de nós. Felizmente!

É por coisas como estas que somos amigas!

abril 09, 2008

Da discussão nasce a luz…


… ou de uma troca de opiniões nasce um post.

Apesar de há uns três posts atrás ter falado em machismo, eu não sou de todo uma feminista. Acho que homens e mulheres devem ter as mesmas oportunidades e ainda não têm. Acho que ainda estamos muito atrasados em relação a isso. No entanto, acho que se tem evoluído bastante e que as coisas hão-de continuar a melhorar. Acho também que isso não depende só dos homens, depende também, e em grande parte, das próprias mulheres. Depende das mulheres-mães, das mulheres-mulheres, das mulheres-empregadas, das mulheres-chefes.

Mas até nem era disto que queria falar…

É que, sinceramente, acho que os homens não têm a vida facilitada hoje em dia em muitos aspectos. Nós mulheres queremos homens sensíveis, carinhosos, companheiros, que desabafem connosco os seus problemas, que nos mostrem os seus sentimentos. Mas procuramos também um homem que saiba o que quer, que seja decidido, que seja independente, que seja expedito e, já agora, que não seja sensível demais. Ufa!

Um homem abre a porta a uma mulher: para umas é machista, para outras educado. Um homem paga a conta: para umas é machista, para outras um cavalheiro. Um homem divide a conta: para umas é moderno, para outras um forreta. Ufa!

Eu cá não me importo de dividir ou pagar a minha conta mas gosto imenso quando um homem me oferece um jantar. Gosto quando um homem me abre a porta para eu passar. Gosto desses pormenores que sabem bem e que não me diminuem nem diminuem o homem.

Em contrapartida, gosto de fazer pequenos mimos que os homens gostam que as mulheres façam e que também não me diminuem nada. Gosto de cozinhar uma comida especial ao gosto dele. De o receber com um mimo especial ao fim de um dia de trabalho. De assistir com ele a um jogo de futebol só pela companhia.

Homens e mulheres são diferentes… graças a Deus! E, na minha opinião, há diferenças que se devem manter.

PS – Já dei bastante graxa por hoje. ;) Não se habituem que isto não é sempre.

abril 03, 2008

Finalmente mais cor..., e algum tempo.


abril 02, 2008


Esta imagen é da Nasa. Os confins do universo visivel.



Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo...
Tenho dó delas.

Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como das pernas ou de um braço?


Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir...

Mulher séria…

… não basta sê-lo, é preciso parecê-lo.

Este ditado popular, ouvido hoje de manhã na rádio da boca de um político qualquer, é muito estúpido! Dito por alguém que deveria ter alguma responsabilidade é ainda mais estúpido!

Primeiro, é machista… mas em Portugal isso já não admira…

Mas o pior é que, na minha opinião, vai contra a regra mais elementar para se ser feliz:

O mais importante é o que somos e o que queremos ser e não aquilo que os outros pensam de nós ou querem para nós!