outubro 22, 2008

O Arco-íris


No fim-de-semana que passou tive um workshop fantástico. Era sobre Psicodrama Transgeracional. Um nome complicado para um workshop em que se trabalharam as relações familiares de cada um.

Mas o tema nem é o importante. O importante foi o grupo que se formou.

Um grupo em que, tal como o arco-íris, era formado por muitas cores: pessoas de várias áreas profissionais, de vários pontos do país e de variadíssimas idades. Este último ponto, aliás, comoveu-me bastante. As idades variavam entre os 23 e os 65 e deu para perceber como a idade é apenas um estado de alma. Foi bom ver gente tão nova a querer desde já fazer um percurso de vida mais consciente e gente mais velha a querer partilhar as suas experiências.

Quando regressava a casa, ao entrar em Lisboa mesmo no fim da A5 um maravilhoso arco-íris fazia um arco completo por sobre o Viaduto Duarte Pacheco. Um lindo arco-íris a receber-me.

E então pensei: “uma coisa tão bela é formada quando as nuvens carregadas de chuva a deixam cair e o sol lhes vem dar o seu calor e mostrar que está presente. Também um abraço, um beijo, ou uma simples presença, pode formar um arco-íris dentro de nós quando estamos carregados e deixamos cair chuva dos olhos.”

Na minha vida, principalmente nos últimos anos, tenho sentido muitas vezes esse arco-íris dentro de mim e gosto de saber que consigo fazê-lo nascer nos outros.

outubro 09, 2008

Voto em Branco

Votar é um direito. Votar é também um dever que deve ser cumprido.

Apenas uma vez me abstive e foi por não estar no país. A abstenção não pode ser considerada uma tomada de posição. Quem não vai às urnas entra para uma estatística em que entram os que não vêem em quem hão-de votar, os que não ligam a nada que não seja o seu umbigo, os que querem mostrar o seu descontentamento, os preguiçosos que não querem sair de casa, os que apanharam uma bebedeira no Sábado anterior e no Domingo estão de ressaca. Assim mesmo, desta forma, uma misturada de motivos com boas intenções e de motivos completamente idiotas.

O voto branco é um voto válido. É um voto de alguém que está descontente. Que não se revê na política mas que quer que os outros saibam qual a sua posição. Querem entrar para uma estatística que mostre alguma coisa.

Sempre votei num partido. Umas vezes gostei das suas posições e outras vezes não gostei. Mas sempre achei que os deputados estavam ali em consciência, cada um com a sua individualidade, cada um livre de votar o que sentia ser certo ainda que não fosse o mesmo que eu pensava.

Afinal, os deputados são carneiros. Ou "porcos", e uns são mais "porcos" que outros. Os que são mais dizem aos que são menos o que devem fazer. Estes cumprem.

Disciplina de voto, aí está um bom motivo para votar em branco. Assim como assim vale o mesmo e, pelo menos, fico a contar como um daqueles que se deu ao trabalho de mostrar o que sentia.

Votar contra quando se quer votar a favor é estúpido.

Votar-contra-quando-se-quer-votar-a-favor-mas-estamos-perto-das-eleições-e-mais-vale-agradar-a-gregos-e-troianos… é imoral.

outubro 06, 2008

Casamentos entre duas pessoas do mesmo sexo.


Podia escrever aqui uma grande dissertação sobre o assunto. Enumerar todas as razões pelas quais acho que deve ser permitido. Defender veementemente este direito. Escrever entusiasticamente sobre o assunto.

Mas… sinceramente… apenas me apetece perguntar:

Mas afinal qual é o grande problema?!

outubro 01, 2008

Sabedoria…


Ontem estava a ver um documentário sobre o Bairro da Boba na Amadora.

É um Bairro com alguns problemas sociais. Mas é também um Bairro que tem uma orquestra, a Orquestra Geração, que tenta despertar os miúdos para um tipo de vida diferente daquele que vêem todos os dias.

Uma das miúdas, 15 anos, adora o contrabaixo e gostava de fazer carreira na música.

A certa altura a jornalista pergunta-lhe:

- Não tens medo?

Resposta:

- Não temos todos?! Mas se queremos chegar longe temos de ultrapassar os nossos medos!