Numa viagem, uns amigos tiveram um acidente e um deles ficou bastante ferido tendo que regressar a casa. Os outros tiveram que reunir energias, manter a força e a boa disposição e também a capacidade organizativa para que o amigo recebesse o melhor tratamento nos hospitais e para que o seu regresso a casa corresse da melhor forma.
Ao fim do dia, depois de tudo resolvido, uma das amigas, a mais optimista e com maior capacidade de organização, olhou para a sua mão, viu uma unha partida e… desabou. Foi a gota de água!
Alguém mais distraído poderá olhar para esta história e pensar coisas como: “mulheres!”, “frívola!”, “histérica!”, “insensível!”
Alguém mais atento perceberá a situação completamente: quando o copo enche demais basta uma gota para fazer transbordar a água.
E se transpusermos isto para as nossas Vidas?
Quantas vezes na nossa vida vamos acumulando dores, ansiedades, tristezas sem fazermos nada porque a nossa única preocupação é lutar todos os dias para levarmos a nossa vida para a frente? Achamos que aguentamos tudo, que somos fortes, que somos pilares dos outros, que os outros precisam de nós e que temos que estar presentes e de boa cara.
Um dia, um pequeno acontecimento, uma coisa de nada, faz-nos perder o rumo, a calma, a serenidade, faz-nos entrar em depressão ou em qualquer outra situação de desequilíbrio.
Numa situação com a que contei do acidente, não há, provavelmente, outra coisa a fazer a não ser deixar para chorar mais tarde. Mas quantas vezes nas nossas vidas não podíamos ir procurando ajuda, profissional ou apenas de quem gosta de nós, e não o fazemos porque achamos que aguentamos tudo?
…………. Até a unha partir!