As Confissões de Schmidt
Ontem, apesar da hora e do cansaço, ainda estive a ver este filme de que gosto muito.
Ao mesmo tempo ainda falei com uma amiga sobre como algumas coisas más que nos acontecem têm um resultado fortemente positivo e que, muitas vezes, nos passa despercebido. Tipo:
“Conheci alguém que me fez mal. A única coisa positiva foi que me mostrou o que era o teatro.”
“Olha, se não tivesses conhecido o teatro, não me tinhas conhecido a mim, não tinhas conhecido uma actividade que te faz feliz, não me tinhas apresentado a bicicleta e eu não tinha percebido como gosto da bicicleta.”
Deu para perceber, não?
No fim do filme o Sr. Schmidt diz que a vida dele não teve qualquer sentido, que não exerceu qualquer bem sobre uma outra pessoa. É então que recebe uma carta de um miúdo africano que ele apadrinhou e que lhe envia um desenho em que estão os dois de mão dada. Afinal ele tinha deixado alguma coisa de bom!
Mas a grande verdade é que nós deixamos sempre uma impressão da nossa passagem. Sempre! E mesmo que essa impressão seja negativa, mesmo que tenhamos causado algum mal a alguém, a grande questão está em o que é que esse alguém faz com o que recebeu de nós.
Podemos receber aquilo que parece ser o pior de uma pessoa e transformá-lo num grande bem! Digo-o com convicção porque falo por experiência.
E se por vezes praticamos o mal com alguém, essa pessoa tem sempre a possibilidade de transformar esse mal e nós temos sempre a possibilidade de nos redimirmos… se não com essa pessoa, então com outra que entretanto cruze o nosso caminho.
Mais, acho que muitas vezes recebemos o pior de alguém mas esse alguém até está a dar o seu melhor porque não consegue dar mais do que aquilo. E outras vezes, recebemos aquilo porque é aquilo que estamos a precisar no momento.
São argumentos suficientes para poder dizer que:
Não há ninguém que não tenha importância, que possa dizer que nada fez na sua vida. Ninguém!