março 28, 2007

Grandes Portugueses


O facto de António de Oliveira Salazar ter ganho o programa Grandes Portugueses foi uma grande vitória da Democracia.

Tenho pena que os portugueses assim tenham decidido. Não entendo. E nem me venham com a história de que é normal dada a situação em que o país está porque essa situação também depende de todos nós.

Por outro lado, achei o concurso uma idiotice porque cada época teve diversos grandes portugueses e, como tal, não me parece possível escolher apenas um.

Finalmente, achei as perguntas Preto/Branco (tipo “Aventureiro ou Interesseiro”) completamente fechadas e desligadas da realidade. Ninguém é só preto ou só branco. Todos temos imensas cores e é isso que faz com que cada um de nós seja especial.

Mas, para mim, a grande conclusão é: gosto de viver em Democracia! Um sistema político que beneficia até aqueles que são contra ele.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito bem observado!

A frase "cada um tem o governo que merece", tem o seu quê de verdade. O que dizer de um "povo" que elege um ditador como o Salazar como o melhor português?

Vou imigrar!
(começo a ficar cansada disto tudo...

março 28, 2007 10:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Perdão, "emigrar"!

março 28, 2007 10:38 da manhã  
Blogger Luis Carlos said...

Olá Salseira,

Os ditos construtores e promotores da democracia portuguesa, ainda veêm António de Oliveira Salazar como um demónio, e nunca se pode falar dele.

Independentemente de todas as coisas que ele fez e deixou fazer na história contemporânea portuguesa.

Ninguém nos conta, que Salazar tirou Portugal de uma guerra civil e estado de sítio, que veio desde a implantação da república em 1910.

Por isso, Salazar não foi só defeitos como nos querem fazer crer, mas também não foi cheio de virtudes como os saudosistas do Antigo Regime.

Até já,
Luís Carlos

março 29, 2007 9:25 da manhã  
Blogger Salseira said...

Luís,

Salazar pode não ter sido só defeitos mas foi principalmente defeitos. A liberdade é um valor fundamental que deve ser preservado e defendido. Valor esse que não fazia parte daqueles que ele defendia. Daí, para mim, ele não merecer de todo o título de Grande Português.

Mas vivendo em democracia temos que aceitar que nem todos pensem assim e que defendam que ele foi um homem com muitas virtudes.

O que me custa é ver pessoas que não acreditam na Democracia a utilizarem-se dela para chegarem a um lugar de Poder onde depois possam terminar com esse sistema que os colocou lá. É o caso dos partidos de extrema-direita e de extrema-esquerda.

No entanto, concordo numa coisa contigo: falar em Salazar, na Ditadura e na Guerra Colonial é tabu. E esse tabu é que levou, em parte, ao resultado a que se chegou no concurso.

Isto porque as pessoas sabem que naquela altura não se podia votar e não se importam nada com isso porque efectivamente estão a marimbar-se para qualquer tipo de votação. Mesmo que lhes lembremos que não haveria lugar a um referendo sobre o aborto, por exemplo, as pessoas não querem saber. Mas talvez já lhes fizesse mossa saber que se estivessem na rua com um grupo de amigos apareceria a polícia para mandar circular porque os ajuntamentos eram perigosos.

A minha família é uma família de jornalistas e tanto o meu Pai como, e principalmente, o meu Avô têm histórias incríveis para contar sobre a censura!

Tudo isto deveria ser falado e debatido. Talvez aí as pessoas vissem Salazar com os olhos da realidade e não como o D. Sebastião que nos virá salvar das desgraças dos dias de hoje.

Até já.

Salseira

março 29, 2007 9:49 da manhã  

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