fevereiro 07, 2006

A intolerância muçulmana.

Num comentário recente a um respeitável post deste nosso sítio, revelei há dias um pouco da intolerância radical que me começa a merecer a intolerância muçulmana.

Para qualquer alma bem formada ( segundo o meu discutível critério ) é absurdo, revoltante e repugnante que a intolerância religiosa, manipulada politicamente, esteja a causar dezenas de mortos, prejuízos materiais de milhões, e o desassossego do Mundo - e isto com base em supostas ofensas a um Profeta ( discutível como todos os profetas ), consumadas há meses, através de desenhos toscos num jornal anódino.

O Mundo está, há muito, perigoso, e o Ocidente - o europeu, principalmente - começa a manifestar, perigosamente, o síndrome do sequestrado.

Lembram-se do que vem sucedendo desde Munique?... Uma das tácticas mais conhecidas da guerrilha terrorista é a de o refém ser arrastado para um estado psicologico de identificação ou compreensão com a causa do sequestrador.



Se é um facto insofismável que o Ocidente vem sendo conduzido para o sequestro político, tenho para mim que este "status quo" radica na economia: o petróleo está quase todo lá - nas cercanias dos poucos milhares de quilómetros quadrados para que misteriosamente convergiram (ou do qual divergiram?...) todas as religiões deistas do Mundo.

Apesar disso, com base nessa opção energética - que tem menos de um século, como muitas outras coisas - continuamos alegremente a caminho do abismo ambiental, e reflectimos, com bonomia bem pensante, sobre o crescimento do consumo energético chinês...

A um Mestre que muito fiquei a admirar, ouvi há uns anos que todos (quase todos...) os problemas da nossa civilização teriam solução, porque 98% dos investigadores da História da Humanidade estão vivos, e a trabalhar!

Eu também acho.

Se a Europa ainda tivesse líderes - mais do que "estratégias" para responder à globalização, negociações sobre adesões absurdas, apoios a suicídios guerreiros em países ingovernáveis, ou recepções subservientes a gurus da informática - esses anunciariam, falando apenas de política, e enunciando a coisa sem artifícios, um novo paradigma de desevolvimento e segurança europeias.

Obrigariam ou promoviam, directa ou indirectamente, que toda a indústria automóvel europeia, a partir de amanhã, passasse a afectar 15% dos seus lucros e 30% dos seus custos de I&D na solução "hidrogénio"; subsidiariam fortemente, para ontem, a comunidade científica em projectos alterntivos na mesma área, para que haja resultados em meia dúzia de anos.

E diriam para quê e porquê: "acabar", em dez anos, com o condicionamento da economia mundial pelo petróleo e pelos sucessivos "choque petrolíferos" - e descentrar de novo a conflitualidade essencial da Humanidade da órbita dos árabes e da questão israelo-palestiniana!

Veriam que muita coisa acalmava - e até os Americanos voltavam a vir cá mais vezes, para se legitimarem sobre qualquer coisinha mais afoita que lhes ocorresse, como sucedia há vinte anos...

2 Comments:

Blogger Alma said...

Síndrome de Estocolmo civilizacional?
Gostei do conceito e parece-me que é isso que o Ocidente está a sofrer...

fevereiro 07, 2006 2:09 da tarde  
Blogger Salseira said...

Não sou perita em economia mas parece-me que as ideias lançadas poderiam ter garantia de sucesso.

Parece-me que, realmente, a Europa tem uma lacuna enorme a nível de líderes políticos.

A questão que se coloca é: tendo a questão uma possível resolução qual será a razão pela qual ninguém parece interessado em apostar nela? Só falta de liderança? Ou haverá interesses desconhecidos por trás.

Parafraseando um dito comum: "eu não acredito em conspirações... pero que las hay, hay!"

fevereiro 08, 2006 2:51 da tarde  

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